Hitoshi TomizawaCritiques
Auteur de Alien Nine: Book One
Critiques
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Essa foi uma leitura bem peculiar. De longe, AN é um dos mangás mais esquisitos que já li, por motivos que eu não entendo muito bem. Eu já estou acostumado com histórias que contrastam uma aparência inofensiva com conteúdo gráfico e intenso, assim como estou acostumado a ler histórias que brincam com as trupes genéricas de certos gêneros famosos de anime de modo a quebrar nossas expectativas (o exemplo mais clássico talvez sendo Puella Magi Madoka Magica, que será o exemplo com o qual farei comparações). Ainda sim, a minha experiência com AN foi um pouco diferente, e eu não colocaria exatamente do lado destas histórias.
Não vou elaborar muito o que penso aqui. Eu vou restringir minha discussão à minha experiência inicial do mangá sem entrar em muitos detalhes, e não pretendo fazer interpretações sobre a obra.
Enfim. Eu suspeito que o fator principal em jogo é a dramatização dos eventos: histórias como PMMM entram em momentos cruciais nos quais os seus personagens começam a se tornar conscientes de que algo de profundamente errado está ocorrendo, deixando espaços patentes para a reflexão do leitor sobre os tópicos em jogo. AN, ao contrário, é quase inteiramente ausente de tais momentos: até os acontecimentos mais desgraçados não parecem receber o devido peso de atenção ou angústia pelos personagens principais, e a maioria dos eventos do mangá se passam num falso tom leve mesmo em momentos nos quais normalmente estaríamos em profundo estresse. Eu não acho que isso forma uma diferença qualitativa com os outros casos; minha impressão é que aqui o contraste entre o veículo de conteúdo e o próprio conteúdo é levado a níveis extremos, a ponto da experiência toda parecer um tanto surreal, ou absurda.
Isso não quer dizer que o mangá não dá espaço para reflexões; antes, isso já ocorre desde os primeiros momentos da história, e os momentos propícios a discussões são quase ubíquos apesar, novamente, da apresentação inicialmente enganadora. Apesar da situação somente piorar ao longo dos capítulos, eu acho que o surgimento dos tópicos de discussão não é gradual (apesar de eu achar que alguns problemas surgem ao longo dos volumes). Isso provavelmente contribuiu de maneira significativa à minha experiência da obra.
No geral, eu posso dizer que fiquei satisfeito com a obra. Talvez não como um todo: a primeira parte arrasta um pouco até entrar em situações interessantes ou um tanto inesperadas e perturbadoras (mais pelo modo como os personagens reagem a esses eventos do que qualquer outra coisa). Mas a partir do segundo volume, a obra desabrocha como um trabalho interessante, bizarro, fora da curva (ao menos para época) e até tocante em certos momentos.