Ailton KrenakCritiques
Auteur de Ideias Para Adiar o Fim do Mundo (Em Portugues do Brasil)
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Critiques
A vida não é útil par Ailton Krenak
Signalé
Saladeleitura.ern | 1 autre critique | Aug 24, 2023 | Neste livro, o líder indígena critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma “humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô”.
Essa premissa estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. Daí que a resistência indígena se dê pela não aceitação da ideia de que somos todos iguais. Somente o reconhecimento da diversidade e a recusa da ideia do humano como superior aos demais seres podem ressignificar nossas existências e refrear nossa marcha insensata em direção ao abismo.
Essa premissa estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. Daí que a resistência indígena se dê pela não aceitação da ideia de que somos todos iguais. Somente o reconhecimento da diversidade e a recusa da ideia do humano como superior aos demais seres podem ressignificar nossas existências e refrear nossa marcha insensata em direção ao abismo.
Signalé
Saladeleitura.ern | 3 autres critiques | Aug 24, 2023 | Signalé
HelioKonishi | 3 autres critiques | Jun 25, 2023 | Livrinho depoimento sobre a situação pandêmica atual (2020, coronavírus), por um pensador indígena, comunidade dos Krenak. Como intrusão de gaia, o covid pede silêncio para a única espécie afetada, como quem transmite a necessidade de comedimento, revisão e pausa. Entretanto há aqueles aliados a necropolítica e que acabam transformando a continuidade, ligada ao acúmulo de capital, em valor. Um valor inviável, destrutivo, que não respeita a natureza.
Signalé
henrique_iwao | Aug 30, 2022 | Livrinho com três palestras, criticando o mito da sustentabilidade, que trata a natureza como uma reserva, algo a ser usado, para então dizer que será um uso menos mal (ou seja, mantém a dualidade homem natureza); contra a ideia de humanidade, tanto pelo mal universalismo (dos poderosos a impor-se sobre outros), quanto pela separação marcada homem-natureza, perdendo a capacidade de comunicar, de valorizar e viver o rio como pessoa, e liberando para a exploração esses lugares naturais, que viram resíduos de exploração industrial. E contra essa instituição da razão que só explora, porque separa e divide, e não possui nem técnica nem tradição para o sonhar.
Ademais, os povos originários já enfrentaram e ainda enfrentam fins do mundo, e a máquina estatal é uma máquina de perpetuação do fim para eles, na maior parte. O desastre provocado pela Vale é um fim do mundo para as comunidades ribeirinhas. Ele só agora se generalizou para os conquistadores, os povos que não souberam barrar o equívoco que era desenvolver civilização. Então, para o civilizado, quando recebermos o que encomendamos, quereremos não ter recebido, mimados e auto-centrados que fomos.
"Então, talvez o que a gente tenha de fazer é um paraquedas. Não eliminar a queda, mas inventar e fabricar milhares de paraquedas coloridos, divertidos, inclusive prazeirosos." É uma mensagem de fazer o fim do mundo algo que é preciso viver bem, passar por ele bem, porque um fim do mundo da civilização é necessário, mas a tragédia deve ser evitada, a tragédia da vida mal vivida, enquanto esse fim acontece.
Ademais, os povos originários já enfrentaram e ainda enfrentam fins do mundo, e a máquina estatal é uma máquina de perpetuação do fim para eles, na maior parte. O desastre provocado pela Vale é um fim do mundo para as comunidades ribeirinhas. Ele só agora se generalizou para os conquistadores, os povos que não souberam barrar o equívoco que era desenvolver civilização. Então, para o civilizado, quando recebermos o que encomendamos, quereremos não ter recebido, mimados e auto-centrados que fomos.
"Então, talvez o que a gente tenha de fazer é um paraquedas. Não eliminar a queda, mas inventar e fabricar milhares de paraquedas coloridos, divertidos, inclusive prazeirosos." É uma mensagem de fazer o fim do mundo algo que é preciso viver bem, passar por ele bem, porque um fim do mundo da civilização é necessário, mas a tragédia deve ser evitada, a tragédia da vida mal vivida, enquanto esse fim acontece.
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henrique_iwao | 3 autres critiques | Aug 30, 2022 | Todo ano nos deparamos com a notícia de records de temperaturas extremas, de incêndios florestais, de mais e mais espécies extintas ou ameaçadas de extinção. Uma coisa está clara: o mundo como o conhecemos está tendo um fim. Ao mesmo tempo nos negamos a resolver as causas, as vezes nos negamos até a reconhece-las. O problema é o modo como a espécie humana vem se comportando no mundo, a maneira capitalista de organizar a produção. Para quem se importa, é tempo de pensar diferente para agir diferente.
Ailton Krenak nos seus dois livros propõe esta outra maneira de ver o mundo. Uma que guarda quinhentos anos de resistência ao modo como o mundo se configurou, uma anterior à ideia de novo e velho mundo. Membro de um dos povos originários das terras que conhecemos como Brasil, Ailton conhece o genocídio dos povos, como também conhece de perto o genocídio dos demais seres. O Rio Doce, principal rio de sua região, está em coma por conta do agir capitalista. Ailton tem autoridade para falar.
A memória também está presente quando ele fala de outros tempos, de outros fins, de como o branco esqueceu que sua própria cultura também traz outros "fins de mundo". Mas acima de tudo está a memória de que existem várias humanidades, divergentes, como também não restritas aos seres humanos. Quem está matando o mundo é apenas uma das humanidades. Mas também é a memória de que a Terra é um ser vivo, uma mãe que nos dá bronca com epidemias e a crise ambiental.
Adiar o fim do mundo significa adiar nosso fim. Significa entender que as várias humanidades precisam dialogar, pois o fim também é fim da diversidade das coisas e onde todo lugar passará a ser a mesma triste paisagem e toda pessoa terá um retrato muito parecido. Significa também tratar com carinho nossa grande mãe. Todas ideias que passam por largar uma lógica de coisas, de aproveitamento de mercadorias, para o aproveitamento da vida e de suas possibilidades.
Escapar da lógica capitalista de produção contínua e incessante de mercadorias inúteis, de alto custo, fetichizadas, é a única alternativa. É a mesma lógica que nos consome nosso tempo, impedindo de fazer da vida a dança que ela é. Nesse sentido devemos parar e solucionar, não ceder às brincadeiras dos donos do poder e do dinheiro que propõem apenas a reprodução das mesmas coisas. As brincadeiras são soluções impossíveis como mudança de planeta (vamos destruir outro lugar) ou de uma falsa sustentabilidade dedicada a reproduzir a mesma lógica mercantil. O capitalismo vai continuar devorando o mundo, não importa se seus dentes são brancos ou cariados.
Enfim, os dois livros são gêmeos e sua leitura flui melhor se lidos em sequência, já que o tema da COVID-19 tratada no livro mais recente é uma consequência daquilo falado no livro de 2019.
Ailton Krenak nos seus dois livros propõe esta outra maneira de ver o mundo. Uma que guarda quinhentos anos de resistência ao modo como o mundo se configurou, uma anterior à ideia de novo e velho mundo. Membro de um dos povos originários das terras que conhecemos como Brasil, Ailton conhece o genocídio dos povos, como também conhece de perto o genocídio dos demais seres. O Rio Doce, principal rio de sua região, está em coma por conta do agir capitalista. Ailton tem autoridade para falar.
A memória também está presente quando ele fala de outros tempos, de outros fins, de como o branco esqueceu que sua própria cultura também traz outros "fins de mundo". Mas acima de tudo está a memória de que existem várias humanidades, divergentes, como também não restritas aos seres humanos. Quem está matando o mundo é apenas uma das humanidades. Mas também é a memória de que a Terra é um ser vivo, uma mãe que nos dá bronca com epidemias e a crise ambiental.
Adiar o fim do mundo significa adiar nosso fim. Significa entender que as várias humanidades precisam dialogar, pois o fim também é fim da diversidade das coisas e onde todo lugar passará a ser a mesma triste paisagem e toda pessoa terá um retrato muito parecido. Significa também tratar com carinho nossa grande mãe. Todas ideias que passam por largar uma lógica de coisas, de aproveitamento de mercadorias, para o aproveitamento da vida e de suas possibilidades.
Escapar da lógica capitalista de produção contínua e incessante de mercadorias inúteis, de alto custo, fetichizadas, é a única alternativa. É a mesma lógica que nos consome nosso tempo, impedindo de fazer da vida a dança que ela é. Nesse sentido devemos parar e solucionar, não ceder às brincadeiras dos donos do poder e do dinheiro que propõem apenas a reprodução das mesmas coisas. As brincadeiras são soluções impossíveis como mudança de planeta (vamos destruir outro lugar) ou de uma falsa sustentabilidade dedicada a reproduzir a mesma lógica mercantil. O capitalismo vai continuar devorando o mundo, não importa se seus dentes são brancos ou cariados.
Enfim, os dois livros são gêmeos e sua leitura flui melhor se lidos em sequência, já que o tema da COVID-19 tratada no livro mais recente é uma consequência daquilo falado no livro de 2019.
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Signalé
Chrono1984 | 3 autres critiques | Jan 4, 2022 | Todo ano nos deparamos com a notícia de records de temperaturas extremas, de incêndios florestais, de mais e mais espécies extintas ou ameaçadas de extinção. Uma coisa está clara: o mundo como o conhecemos está tendo um fim. Ao mesmo tempo nos negamos a resolver as causas, as vezes nos negamos até a reconhece-las. O problema é o modo como a espécie humana vem se comportando no mundo, a maneira capitalista de organizar a produção. Para quem se importa, é tempo de pensar diferente para agir diferente.
Ailton Krenak nos seus dois livros propõe esta outra maneira de ver o mundo. Uma que guarda quinhentos anos de resistência ao modo como o mundo se configurou, uma anterior à ideia de novo e velho mundo. Membro de um dos povos originários das terras que conhecemos como Brasil, Ailton conhece o genocídio dos povos, como também conhece de perto o genocídio dos demais seres. O Rio Doce, principal rio de sua região, está em coma por conta do agir capitalista. Ailton tem autoridade para falar.
A memória também está presente quando ele fala de outros tempos, de outros fins, de como o branco esqueceu que sua própria cultura também traz outros "fins de mundo". Mas acima de tudo está a memória de que existem várias humanidades, divergentes, como também não restritas aos seres humanos. Quem está matando o mundo é apenas uma das humanidades. Mas também é a memória de que a Terra é um ser vivo, uma mãe que nos dá bronca com epidemias e a crise ambiental.
Adiar o fim do mundo significa adiar nosso fim. Significa entender que as várias humanidades precisam dialogar, pois o fim também é fim da diversidade das coisas e onde todo lugar passará a ser a mesma triste paisagem e toda pessoa terá um retrato muito parecido. Significa também tratar com carinho nossa grande mãe. Todas ideias que passam por largar uma lógica de coisas, de aproveitamento de mercadorias, para o aproveitamento da vida e de suas possibilidades.
Escapar da lógica capitalista de produção contínua e incessante de mercadorias inúteis, de alto custo, fetichizadas, é a única alternativa. É a mesma lógica que nos consome nosso tempo, impedindo de fazer da vida a dança que ela é. Nesse sentido devemos parar e solucionar, não ceder às brincadeiras dos donos do poder e do dinheiro que propõem apenas a reprodução das mesmas coisas. As brincadeiras são soluções impossíveis como mudança de planeta (vamos destruir outro lugar) ou de uma falsa sustentabilidade dedicada a reproduzir a mesma lógica mercantil. O capitalismo vai continuar devorando o mundo, não importa se seus dentes são brancos ou cariados.
Enfim, os dois livros são gêmeos e sua leitura flui melhor se lidos em sequência, já que o tema da COVID-19 tratada no livro mais recente é uma consequência daquilo falado no livro de 2019.
Ailton Krenak nos seus dois livros propõe esta outra maneira de ver o mundo. Uma que guarda quinhentos anos de resistência ao modo como o mundo se configurou, uma anterior à ideia de novo e velho mundo. Membro de um dos povos originários das terras que conhecemos como Brasil, Ailton conhece o genocídio dos povos, como também conhece de perto o genocídio dos demais seres. O Rio Doce, principal rio de sua região, está em coma por conta do agir capitalista. Ailton tem autoridade para falar.
A memória também está presente quando ele fala de outros tempos, de outros fins, de como o branco esqueceu que sua própria cultura também traz outros "fins de mundo". Mas acima de tudo está a memória de que existem várias humanidades, divergentes, como também não restritas aos seres humanos. Quem está matando o mundo é apenas uma das humanidades. Mas também é a memória de que a Terra é um ser vivo, uma mãe que nos dá bronca com epidemias e a crise ambiental.
Adiar o fim do mundo significa adiar nosso fim. Significa entender que as várias humanidades precisam dialogar, pois o fim também é fim da diversidade das coisas e onde todo lugar passará a ser a mesma triste paisagem e toda pessoa terá um retrato muito parecido. Significa também tratar com carinho nossa grande mãe. Todas ideias que passam por largar uma lógica de coisas, de aproveitamento de mercadorias, para o aproveitamento da vida e de suas possibilidades.
Escapar da lógica capitalista de produção contínua e incessante de mercadorias inúteis, de alto custo, fetichizadas, é a única alternativa. É a mesma lógica que nos consome nosso tempo, impedindo de fazer da vida a dança que ela é. Nesse sentido devemos parar e solucionar, não ceder às brincadeiras dos donos do poder e do dinheiro que propõem apenas a reprodução das mesmas coisas. As brincadeiras são soluções impossíveis como mudança de planeta (vamos destruir outro lugar) ou de uma falsa sustentabilidade dedicada a reproduzir a mesma lógica mercantil. O capitalismo vai continuar devorando o mundo, não importa se seus dentes são brancos ou cariados.
Enfim, os dois livros são gêmeos e sua leitura flui melhor se lidos em sequência, já que o tema da COVID-19 tratada no livro mais recente é uma consequência daquilo falado no livro de 2019.
Signalé
Chrono1984 | 1 autre critique | Jan 4, 2022 | Ce site utilise des cookies pour fournir nos services, optimiser les performances, pour les analyses, et (si vous n'êtes pas connecté) pour les publicités. En utilisant Librarything, vous reconnaissez avoir lu et compris nos conditions générales d'utilisation et de services. Votre utilisation du site et de ses services vaut acceptation de ces conditions et termes.