A partir de seu grande aliado Frantz Fanon, Douglas Rodrigues Barros insiste na crítica àqueles que querem ver um capitalismo com um rosto humano, onde a discriminação e racismo não são motores da diferenciação social e consequente acumulação de capital e em que é possível forjar, vender e comprar a negritude como uma identidade legal. Com isso, não se resolveria ainda o problema essencial da subjetividade - sua abertura, sua não determinação. E sua ligação com a condição do negro de se ver sobredeterminado em sua identidade. Com um fervor militante, e uma linguagem que por vezes é rápida demais, um pouco atropelada (de esboço, de introdução), traça a armadilha que seria tornar a negritude uma questão identitária, criticando aqueles que flertam com a construção de uma origem mítica, de uma África que é origem. Nisso, reconhecendo a contribuição da crítica ao mito da democracia racial por Abdias do Nascimento, da década de 80, critica sua postura como envolvendo uma metafísica da raça e uma proximidade mais que incômoda com correntes fascistas. ( )