Para o nerd que adora ficção científica profissionalmente escrita e baseada em factos da física, astrofísica e dinâmica social. Os escritores são quase todos (ou foram) professores de inglês e todos têm algum historial ou ainda exercem alguma forma de trabalho em ramos da NASA desde a física a engenharia.
Going Interstellar é um exemplo homogéneo de facto e ficção. Quanto bom seria se fusão fosse assim tão fácil. Imensa energia com um pequeno Sol na Terra!

Começa com uma introdução pelo próprio autor e editor do livro, Les Johnson, físico da NASA e autor de ficção científica/ facto científico. Com ajuda de vários contribuidores, começa por apresentar imagens, diagramas e explicações de projetos feitos, correntes ou por fazer pelas várias agências espaciais. Após estas apresentações educacionais, dá-nos algumas histórias que muito provavelmente se baseiam nessas tecnologias. Quando acaba um par de histórias, vem outro momento educacional e de seguida, mais histórias. Assim é até ao fim.
Todas rodam em torno de exploração espacial: uso da Inteligência Artificial, vida na construção de estações e naves em Ganymede, intriga, guerra entre clãs que colonizaram fora da Terra e ainda uma fascinante nomeação de um Dalai Lama em pleno espaço! (para este último, peço que deixem os valores do oeste de lado e observem a cultura em questão.)

Todas são únicas e ainda assim existem algumas liberdades independentemente da sua raiz estar no que sabemos hoje em dia sobre o universo. Sonhar é um grande tema do livro. Esperança e ultrapassar dificuldades que permitam continuar a fomentar o desejo intrínseco de explorar. Todas elas entregam uma mensagem positiva.

Algumas simplesmente achei porreiras, outras adorei. Lucy por Jack McDevitt conseguiu criar empatia por uma A.I; Lesser Beings, por Charles E. Gannon fez-me pensar e é mais socialmente puramente tribal; Twenty Lights to the "Land of Snow” por Michael Bishop é incrivelmente original aos meus olhos ocidentais e é sobre Budistas Tibetanos; A Country for Old Man por Ben Bova é sobre uma longa viagem pelos olhos de uma velha figura paternal com desejos jovens, mas também de morte. Estas foram as que adorei. As outras, não são daquelas que me lembro logo assim que me vejo o titulo do livro, logo não considero as mais tocantes.

Going Interstellar pode muito bem ser real daqui a centenas de anos ou mesmo décadas, dependendo das prioridades humanas. Hoje, é extremamente plausível e todos os autores estão de parabéns e fiquei a desejar para alguns contos que houvesse mais para contar. Não há FTL (Viagens à Velocidade da Luz), Extra terrestres, portais, magia nem armas laser. E isto não só torna as situações mais reais, também conseguem simpatizar melhor com o leitor. Situações são mais imprevisíveis, mais humanas, sem nenhum Deus Ex Machina à mão para resolver o sofrimento dos personagens. ( )