Monica Baumgarten de Bolle

Crescimento para Quem?
O governo Dilma, a autora postula, foi um desgoverno em matéria de gestão da economia. A crônica, recheada a exaustão de metáforas literárias, algumas de bom gosto, outras artificiais, aborda as decisões sucessivamente adotadas pela equipe econômica de Dilma Rousseff. Deplora a pouca atenção dada ao controle da inflação, seu Santo Graal. Sublinha a adoção de medidas que restringem a livre atuação dos agentes e das variáveis econômicas (controle do câmbio, imposição de obstáculos ao ingresso de capitais, concentração do financiamento público em determinadas áreas/empresas, tentativa de tabelamento dos juros cobrados nos empréstimos bancários, congelamento disfarçado dos preços administrados). Adianta a hipótese, segundo a qual a indexação do salário mínimo, assegurando-lhe significativos aumentos reais, somada aos programas de transferência de renda, "... mal-articuladas com o quadro doméstico, a indústria pouco competitiva e as dificuldades dos pequenos e médios empresários, acabavam por prejudicar o crescimento". Ao que parece, para a Autora os recursos resultantes do bom desempenho econômico do Brasil no passado recente (na primeira década do século XXI) deveriam ter outro destino. Em seu relato sobre as seguidas decisões equivocadas de Dilma Rousseff na área econômica, a Autora reserva um capítulo para tratar da desigualdade. Após especular sobre a efetiva redução da desigualdade durante os 10 (dez) primeiros anos dos governos do PT, supondo que seu leitor seja ignorante, a Autora se lança em discussão frívola sobre rótulos observados entre os cultores da racionalidade econômica, aquela que pretende melhorar o ambiente social, ainda que as custas da morte de inúmeros de seus protagonistas. O resultado catastrófico das aventuras de Dilma Rousseff na economia, afirma a Autora, como o leitor que chega a esta altura do livro certamente já percebeu, havia sido previsto por ela! Trata-se de crônica cujos pressupostos não são explicitados em momento algum. A análise é superficial e simplista.… (plus d'informations)