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Chargement... Rue de la Miséricorde (Bom-Crioulo)par Adolfo Caminha
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Appartient à la série éditoriale
A classic of Brazilian literature, Bom-Crioulo tells the story of Amaro, who avoids slavery by joining the navy, and there becomes known as Bom-Crioulo for his strength and good character. He befriends a young cabin-boy, Aleixo, and their friendship develops into a homosexual affair. When their ship returns to Rio de Janeiro, Bom-Crioulo rents a small room from Dona Carolina where the two live together. But when Bom-Crioulo has to return to sea separately from Aleixo, Dona Carolina seduces him, and the two become lovers until Bom-Crioulo, hospitalized after his return from the sea, discovers the affair. Aucune description trouvée dans une bibliothèque |
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Google Books — Chargement... GenresClassification décimale de Melvil (CDD)869.3Literature Spanish and Portuguese Portuguese Portuguese fictionClassification de la Bibliothèque du CongrèsÉvaluationMoyenne:
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A minha primeira reacção perante o livro é de espanto, sobretudo pela sua modernidade. Se bem que o romance se situe num quadro mental e cultural que naturalmente não é o actual (se bem que, pelo menos no plano das mentalidades, por vezes decorre da leitura do livro que ainda estamos em finais do século dezanove!), o facto é que a carga erótica que emana do livro e a pulsão do desejo homossexual nele inscrita, são de uma modernidade absoluta, lendo-se o livro praticamente como se se tratasse de um contemporâneo. E como se fosse pouco, à relação amorosa de natureza homossexual acresce ainda outro interdito, o de os protagonistas serem de raças diferentes, um efebo branco e louro e um negro maduro e hercúleo. E se acrescentarmos ainda que se trata de um grumete e de um marinheiro, e que todo o romance decorre em ambiente de marinhagem, então estão reunidos vários dos condimentos de clássicos do homoerotismo.
Mas para além desta, o livro encena ainda uma outra relação erótica, esta de carácter heterossexual, ainda marcada pela diferença de idades, e por uma certa inversão do paradigma social, em que uma mulher mais velha, se não uma prostituta pelo menos alguém que aceita trocar favores sexuais por uma compensação material, se apaixona lascivamente por um adolescente a fazer-se homem.
E todas as passagens onde o sexo aparece, e não são poucas, são muito carregadas e intensas, em que a subtileza da linguagem e o pudor das descrições não deixam espaço, no entanto, para qualquer ambiguidade ou subterfúgio. Sem nunca ser grosseiro (diríamos, pornográfico), o autor mais do que uma vez atravessa a linha que separa o implícito do explicito.
Sendo, na minha opinião, essa carga sexual o que mais notabiliza o livro de Adolfo Caminha, é óbvio que ele não se esgota nesse plano, e para além do romanesco triângulo amoroso em que o grumete Aleixo é alvo da febre amorosa do antigo escravo Amaro e dos fervores palpitantes da portuguesa D. Carolina, Bom-Crioulo é ainda um interessante fresco da vida no Rio de Janeiro no final do século XIX e, até, ainda que num sentido não muito ortodoxo, um romance de marinhagem. ( )